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Humildade e Maturidade Psicológica

26/2/2016

 
Espaço Psicoterapia Lisboa
A integração psicológica ou da personalidade significa sermos capazes de aceder às mais diversas partes de nós mesmos e da nossa experiência, por mais difíceis ou penosas que estas possam ser. Quando não há tolerância a estes conteúdos internos, eles ficam dissociados da personalidade, desintegrados, e logo, não podemos usar essa informação interna para aprender com ela, ou seja, não podemos aprender com a experiência.

Quanto melhor nos conhecermos, quanto mais informação sobre nós estiver à nossa disposição, ao nosso acesso ou alcance consciente (ou pré-consciente), melhor conseguimos cuidar de nós, melhores as escolhas que fazemos para na vida e melhor conseguimos compreender os demais e o mundo à nossa volta. Em suma, melhor as coisas correm para nós.

A humildade parece ser uma forma particular de expressão de maturidade psicológica e de saúde mental. Quando é genuína, ela parece transparecer uma certa atitude de tranquilidade interior, mais ou menos de paz ou de algum modo termos feito as pazes connosco mesmos e com a vida. Parece estar associada a uma capacidade de podermos apreciar realisticamente as nossas vulnerabilidades e fragilidades, de poder falar delas e até partilha-las (até certo ponto). Podemos mesmo desenvolver uma capacidade de apreciação lúdica dessas mesmas vulnerabilidades e fragilidades, isto é, o podermos achar graça ou nos podermos rir - de forma considerativa e não depreciativa, claro - de algo que fazemos ou fizemos menos bem, de alguma "azelhiçe" que possamos ter cometido. Parece também implicar a capacidade de podermos empatizar com as dificuldades, vulnerabilidades ou "azelhiçes" alheias.

Podemos pensar a humildade enquanto uma expressão de tolerância interna ás partes da personalidade mais vulneráveis, frágeis, desleixadas ou "socialmente desafinadas". É uma expressão de força da personalidade -  capacidade de tolerância de aspetos mais vulneráveis e potencialmente dolorosos de nós mesmos e da nossa experiência interna, sem nos livrarmos desses conteúdos via dissociação e/ou projeção. Quando existe paz relativamente ao nosso mundo interior, também teremos paz para oferecer aos demais, capacidade de cuidar (entender, tranquilizar, acalmar, aconselhar competentemente) os demais.

No polo oposto parece estar o perfecionismo (diferente de rigor), a vergonha, a necessidade de enaltecimento frequente do eu, e a critica ou desprezo dos demais. São frequentemente estratégias e consequências de uma intolerância interna ás partes mais vulneráveis da própria personalidade. O perfecionismo contra o medo de falhar e como esse medo é vivido pela pessoa; a vergonha enquanto medo da exposição das partes vergonhosas ou intoleradas perante os demais e receio do ataque critico ou da exclusão do grupo; o enaltecimento do eu enquanto negação das vulnerabilidades pessoais; e o desprezo simultaneamente enquanto projeção sobre os outros das partes intoleradas (rejeitadas e repudiadas) e subsequente ataque crítico ao outro (agora confundido com as partes internas projetadas).

Em condições normativas de saúde mental a expressão e partilha pessoal da vulnerabilidade deverá suscitar uma resposta empática e algumas vezes de cuidados por parte dos outros. No entanto, a pessoa humilde parece deparar-se com dificuldades quando perante uma personalidade mais estruturada no sentido do evitamento ou negação das vulnerabilidades (as personalidades mais narcísicas, por exemplo). Nestas circunstâncias, uma atitude de à-vontade de expressão da vulnerabilidade pode a ameaçar a psicologia alheia de quem se estrutura no sentido de se defender contra a experiência da vulnerabilidade. Estas defesas psicológicas funcionam no sentido do descarte ou do ataque à expressão da humildade, e mesmo da pessoa que expressa ou apela à humildade - toda a fragilidade e expressão é intolerada e intolerável pois suscita, via da identificação, angústias insuportáveis.

Mediante certas circunstâncias, é também possível que uma pessoa humilde consiga surtir um efeito verdadeiramente transformador e psicoterapêutico na pessoa que mobiliza tais defesas face à expressão da vulnerabilidade (do desleixo, do não-saber, do ser-se pouco competente, etc.). Todavia, manter proximidade com alguém que apenas despreza e critica, e esperar transformações psicológicas profundas e genuínas aquando de um meio relacional de ataques críticos sistemáticos à nossa pessoa e à nossa boa vontade estará mais próximo do masoquismo clinico do que de uma atitude saudável.

A sintonia empática, o interesse e o não julgamento do psicoterapeuta (e também a sua experiência clínica e de vida!) criam e estruturam gradualmente na outra pessoa a experiência e sentimento de receber verdadeira e profunda compreensão. O extremo respeito e cuidado do psicoterapeuta com as fragilidades de quem está sob os seus cuidados vai incrementando e reforçando a tolerância interna à fragilidade (e o seu reconhecimento). A interiorização gradual da figura empática, compreensiva e não crítica do psicoterapeuta vai de igual modo mitigando a parte interna crítica e intolerante da pessoa. Tendencialmente esta instância crítica interna conduz à perda da "internalidade" - desintegração/dissociação psicológica ou da personalidade -, o que instala tendencialmente uma série de outras angústias, sintomas e problemas de autoestima e relacionais.

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